Quantiferon e GeneXper

A tuberculose é uma doença endêmica no Brasil que pode comprometer vários órgãos e sistemas, em especial nos pacientes imunocomprometidos, nos quais há maior risco de formas graves e reativação da infecção.

O diagnóstico rápido e preciso é fundamental para evitar um desfecho desfavorável, dentre as opções temos duas tecnologias, o Quantiferon e o GeneXpert® MTB/RIF para diagnóstico de infecção latente e ativa, respectivamente, e busca auxiliar o médico na complementação diagnóstica e instituição precoce do tratamento adequado.

Na triagem de pacientes imunossuprimidos ou que irão se submeter à imunossupressão, o diagnóstico e tratamento da tuberculose latente é primordial para se evitar complicações.

QUANTIFERON OU IGRA

O Quantiferon® ou IGRA (Interferon Gama Release Assay) é um teste que permite o diagnóstico de tuberculose latente a partir da estimulação de linfócitos de memória. Realizado no sangue periférico, substitui o obsoleto PPD em um momento em que não há estoques de tuberculina no país.

Vantagens:

• Não apresenta reação cruzada pela vacinação com BCG

• Não tem efeito booster Que é a reação positiva do teste tuberculínico que se desenvolve vários dias depois da primeira aplicação do PPD e pode persistir por algum tempo, até um ano. Ele pode causar problemas de interpretação, pois uma pessoa submetida a um teste tuberculínico num determinado período, após uma exposição com pacientes com tuberculose, pode tornar-se PPD positiva aproximadamente dez semanas após o contato. Esta reação pode ser devido à recente infecção ou ao efeito “booster”. Este problema pode ser atenuado com a repetição do teste tuberculínico após uma semana da sua execução. Se o segundo teste for positivo, significa que se deveria atribuir ao efeito “booster” a recente conversão. Este último resultado é que define o estado de reator ou não reator).

• Tem alta sensibilidade em pacientes imunossuprimidos, nos quais o PPD muitas vezes apresenta falso negativo.

• Tem alta especificidade, evitando tratamentos desnecessários por resultados falso-positivos do PPD.

• Visita única ao laboratório, evitando o transtorno do paciente ter que voltar ao laboratório para leitura.

• Técnica padronizada, com resultado objetivo, não observador-dependente.

O QuantiFERON-TB Gold (QFT) é um teste que utiliza uma mistura de peptídeos que simulam as proteínas ESAT-6, CFP-10 e TB7.7 do Mycobacterium tuberculosis (MTB) para estimular células mononucleares. As células mononucleares de pacientes com infecção pelo MTB, ao entrar em contato com os peptídeos acima, são estimuladas, com consequente produção de interferon-γ (IFN-γ). Portanto, a detecção do por ensaio imunoenzimático (ELISA) do IFN-γ é utilizada para identificar respostas in vitro aos antígenos associados com a infecção por MTB.

A Sociedade Brasileira de Reumatologia recomenda a realização do QFT para diagnóstico da infecção latente por MTB, em pacientes com artrite reumatóide candidatos à terapia com agentes biológicos, na falta do teste tuberculínico. Em pacientes com suspeita de infecção pelo MTB, a sensibilidade e especificidade do QFT é, respectivamente, 78% e 98%.

GeneXpert

GeneXpert® MTB/RIF detecta por meio de técnica de PCR o DNA do Mycobacterium tuberculosis, tem sensibilidade muito superior à baciloscopia clássica e vantagens com relação à cultura, como rapidez (resultado em poucas horas) e detecção em única reação da presença do M. tuberculosis e de resistência à rifampicina, droga chave no tratamento da infecção. Pode ser realizado em espécimes de escarro, lavado brônquico e aspirado traqueal. droga chave no tratamento da infecção. Pode ser realizado em espécimes de escarro, lavado brônquico e aspirado traqueal.

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REFERÊNCIAS:

 

 

Por: Carlos Carlos Augusto Almeida Correa
Médico formado pela Universidade de Brasília em 2004, pós-graduaçao em Terapia Intensiva pela Universidade Gama Filho 2007. Título de Clínica Médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica  (SBCM) e certificado de atuação em Medicina de urgência (SBCM). Médico clínico geral do Hospital Regional do Gama -DF desde 2006 e do serviço médico do Tribunal de Justiça do DF, desde 2009. Preceptor do internato da Faciplac desde 2017.

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