VIDA DE RESIDENTE
Com Ian Ward Abdalla Maia, Residente do 3 ano de Medicina de Emergência do Hospital das Clínicas de Porto Alegre.
Nascido no Rio de Janeiro, Ian é um dos emergencista mais maneiro que já tive a honra de conhecer. Sua tranquilidade transpassa a gente de uma forma tão suave, que a gente mal percebe a zoação. Ele tem uma percepção muito interessante da vida e da medicina, tão jovem e cheio de saber. Seu brilho nos olhos pelo amor à emergência nos contagia.
Conhecido como “coaching da ketamina” e tiozão do flumazenil, depois que você falar com ele, vai ter certeza que a Medicina de Emergência é a Especialidade do futuro (mas fuja do Rio de Janeiro).
PÉROLAS DE SABEDORIA DO RESIDENTE:
# O que você mais gosta na residência de medicina de emergencia ?
– Somos poucos mas somos UNIDOS ! A residência médica é um ambiente hostil mas dentro da emergência não há espaço para egos, então somos muito unidos e preocupados uns com os outros.
# Algo que mudaria da residência ?
– Precisamos otimizar o ensino em Gestão ! Alguns de nos saem da residência como chefes de serviço e durante a residência mal falamos sobre como gerir e o fluxos da emergência. Mas, felizmente isso esta mudando !! Esse ano é o primeiro ano do R4 em GESTÃO !
# Algo que você faz, que não tem nada haver com medicina, mas que tem impacto indireto na construção da sua carreira profissional ?
– Socrates já dizia que uma vida que não é examinado não merece ser vivida ! Ou seja, viver é bem mais que trabalhar. Viver é atuar socialmente. Viver é reconhecer os erros. E em algum ponto da nossa jornada parece que a gente se perde e esquece o que é viver. Gosto muito de fotografia, filmes antigos, filosofia e pratico yoga diariamente, isso me torna uma pessoa mais centrada e com empatia. A medicina NUNCA vai definir minha personalidade e quem eu sou ! Não podemos deixar que uma profissão tome conta da nossa vida.
#O que você espera, de forma bem otimista, da nossa especialidade?
– “ I HAVE A DREAM “ , olha eu realmente espero que a emergência seja povoada por emergencistas. Nos não estamos de passagem.. Nos amamos o que fazemos e escolhemos isso como especialidade. Assim como a terapia intensiva, a Medicina de emergência tem um longo caminho a se percorrer, até ter seu espaço bem definido. Mas, percebo que os olhos dos grandes centros já perceberam nosso valor e estamos sendo englobados pelos grandes serviços.
Daqui dez anos vou atrás dele e refazer essas perguntas, vamos ver o quanto vai mudar!
Obrigada Ian!